Corpo de Vantuil será enterrado nesta segunda-feira Arquivo Pessoal
A mulher do mototaxista Vantuil Oliveira Zacarias, de 35 anos, morto após ser baleado durante confronto no Fallet, região central do Rio, disse que o marido nunca teve envolvimento com o tráfico de drogas.
— Ele trabalhava como mototáxi, todo dia naquela correria da gente como pobre. Então meu marido não pode ser taxado como bandido, ele não era bandido, ele nunca foi bandido, nunca foi envolvido com nada.
O enterro do mototaxista Vantuil de Oliveira Zacarias, de 35 anos, baleado na tarde de sábado (5) no Morro do Fallet, região central do Rio de Janeiro, acontece nesta segunda-feira (7) no Cemitério São Francisco de Paula, na região do Catumbi. Sem condições de arcar com os custos do sepultamento, a família recebeu a ajuda de amigos. Outros dois rapazes foram feridos a bala na região — um deles, identificado como Fábio e também mototaxista, chegou morto ao Hospital Municipal Souza Aguiar e outro foi atingido na mão e passa bem.
Por meio de nota à imprensa, o comando da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) Coroa/Fallet/Fogueteiro disse que houve um confronto entre criminosos. O Bope foi acionado para reforçar a segurança na área. A Delegacia de Homicídios investiga os crimes.
A auxiliar de serviços gerais Priscila Moura, de 29 anos, disse no domingo (6) ter implorado para que uma barreira de policiais do Bope na rua Itaperu, no Rio Comprido, região central do Rio, liberasse o carro que socorria o mototaxista Vantuil, com quem teve um bebê de três meses. Pai de nove filhos, ele foi baleado quando fechava o portão de casa após retornar do trabalho.
Quando passaram pelo chamado caveirão do Bope, a viúva relatou ao R7 que policiais "mandaram descer [do carro] e já chegaram dizendo que ele era bandido. Eu disse: 'Pelo amor de Deus, ele é chefe de família'. Pediram os documentos dele, ficamos meia hora esperando eles liberarem. O policial entregou [o documento] e deu os pêsames. Ele virou as costas e disse: 'Menos um'. Meu chão se abriu".
Vantuil foi levado para o Hospital Municipal Souza Aguiar, onde na tarde de sábado morreu na sala de cirurgia. A Rede Record procurou a assessoria de imprensa da Polícia Militar após a denúncia de Priscila. A corporação confirmou que o comando da UPP Coroa/Fallet/Fogueteiro pediu o apoio do Bope para reforçar a segurança na região. Segundo a PM, os policiais do Bope fizeram um "bloqueio de segurança no entorno da área conflagrada, coma devida liberação de veículos de socorro".
Mãe de seis crianças, Priscila disse que, no momento em que o companheiro foi baleado, não ocorria tiroteio. Ela relembra: "Ouvi um tiro e o barulho de alguém caindo. Fui ver e era ele. Foi um tiro muito preciso". A auxiliar de serviços gerais relatou que tiroteios fazem parte da rotina da comunidade e que a troca de tiros acontecia desde a madrugada de sábado.
Ela disse que havia muitos policiais na entrada do Fallet. Por meio de nota, a PM afirma que "não houve registro de ocorrência durante a operação realizada pela PM ontem na Coroa". Questionada, a assessoria disse que registro de ocorrência seria a existência de feridos ou mortos. A viúva afirma que não pode dizer de onde partiu o disparo e que a perícia trabalha para descobrir a autoria do crime, mas que não descartaria o envolvimento de policiais.
Veja a reportagem:
Comentários
Postar um comentário